No desaparecimento de um dos monumentais colossos da corrente microtonal da música do século XX e XXI – Ben Johnston – a quem muito devo na descoberta desta técnica composicional, partilho aqui a investigação que fiz no ido ano de 2004, ainda como imberbe jovem estudante de Composição, sobre esta corrente e em particular, deste compositor americano.
Do maverick Charles Ives, sobre o 3º andamento (The 4th of July) da obra A Symphony: New England Holidays:
“Lembro-me distintamente que, quando estava a compor este andamento, experienciei um enorme sentimento de liberdade como um rapaz sente no feriado 4 de Julho, cuja vontade é de fazer o que lhe apetece, sendo esse, o dia perfeito para isso. E quando escrevi isto, senti-me liberto para recordar coisas locais (…) e de introduzir a maior quantidade possível de sentimentos e ritmos que sentisse querer pôr. Fiz exactamente o que queria e não tenho a certeza se obra será mais alguma vez tocada, ou será mesmo possível tocá-la – embora os compassos irregulares que aparentam ser tão complicados na partitura são causados maioritariamente pela omissão de um tempo, o que acontece muitas vezes nos desfiles do feriado”.